Amor pós-moderno

Conheci gatamanhosa37 no Chat. Foi amor à primeira teclada, nos apaixonamos profundamente logo de cara. Adorava quando ela mostrava suas exibidas fotos em poses sensuais. Eu, claro, como bom amante que sou, a retribuía: até uma foto de cuequinha bem justa ela me pediu, acreditem. Além disso, gatamanhosa37 era inteligente, sensível e desquitada. Gosto das desquitadas. Sim, talvez seja um fetiche meio louco, mas quem não os tem? Uns gostam de gordas, outros de anãs, de peludas, de sujeira... Até de "mulher" com pênis tem gente que se agrada, não tem?

“Teclamos” por uma semana e não agüentávamos mais de tanta vontade de um pelo outro. Assim, um encontro foi marcado. Sugeri à minha princesa que a gente se encontrasse na entrada de em um dos restaurantes mais chiques da cidade, o Des Couche. Como bom cavalheiro, cheguei antes, flores compradas. Estava vestido exatamente como havia descrito para ela, pois desta maneira facilitaria nosso primeiro contato real: camiseta do Batman, calça capri e meu lindo sapato bicolor.

Quinze minutos esperando na fria entrada já eram demais. Prometi para mim mesmo que só esperaria até a próxima mulher chegar, fosse ela meu amor ou não. Mais dois ansiosos minutos e lá vem alguém. Era ela? Meus olhos não conseguiam desviar de tal figura. Logo que adentrou o restaurante reparei em seus sapatos que pareciam querer imitar uma onça selvagem, com um salto tamanho quinze e unhas berrantemente vermelhas. Suas pernas eram revestidas de uma seda colorada, provavelmente para combinar com suas garras crescidas. Um cinto ouro cintilante completava o conjunto dos membros inferiores. Acima, além de sua mini-blusa verde decotada e colada ao corpo, uma echarpe rosa emplumada pendia de seu pescoço. Um sem-número de maquiagem modelava seu rosto e tinha a boca adornada com um batom cor “rubro infernal”. Plásticas eram totalmente perceptíveis num rosto puxado como couro a curtir. Seu cabelo descolorido completava o conjunto.

- Olá. Senhor gostosãododance25?
- Sim... Senhorita gatamanhosa37?
- Encantada. Oh! Grata pelas belas flores. Vamos?
- Depois da senhora...

Talvez eu seja mesmo bizarro como meus amigos dizem. Mas quem se importa? A partir daquele dia tudo para nós se tornou real, não éramos mais apenas amantes cibernéticos. Para completar, no próximo dia 25 vamos nos casar. No religioso, no civil e no virtual.

Curioso

Mução é a palavra-chave que mais traz pessoas ao leiaesteblog através dos mecanismos de busca. Porém, algumas pesquisas bem curiosas, que igualmente trouxeram pessoas ao sítio, se destacam:

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Você não odeia?

O cara liga pra Central de "Atendimento" ao Consumidor. Depois de muito esperar, é atendido por uma voz eletrônica. Dentre vários menus, finalmente consegue chegar na opção "Falar com um de nossos atendentes" (que, não por acaso, é a última a ser oferecida). Cansado, trabalhando no computador, segura o telefone só com o pescoço. Quase tendo um torcicolo, após aguardar mais um montão de tempo, é atendido e já vai contando o problema. Despeja tudo o que tinha a dizer e, para seu espanto, a primeira coisa que a atendente fala é:

- Com quem eu falo?

CACETE! O que interessa com quem ela fala? Só quero a droga do meu problema resolvido, não vou me sentir lisonjeado se me chamarem pelo nome.
Meio a contragosto responde:

- Peter...
- Ok, senhor Peter, qual o seu problema?

FALA SÉRIO! Já te disse qual é o meu problema, não vou repetir!
Resignado, atende ao pedido da moça, sabe que a pergunta faz parte da merda do "procedimento padrão". Repete tudo aquilo que já havia contado e aguarda uma resposta definitiva para suas dúvidas:

- Senhor, desculpe, qual o seu nome mesmo?

Bandido com classe

Antigamente até para ser assaltado era melhor: pelo menos o meliante se vestia decentemente, um coletinho de lã, um terninho carcomido, um sapato desgastado. Não era de todo mal perder seu dinheiro para alguém com aparência de pai de família. Mas agora, ser roubado por um mangolão de touca, óculos escuros, bigodinho, casacão do rap, calça larguíssima e tênis de basquete é humilhante.

Sexo à primeira vista

“Jesus!”, foi a única coisa que pensei assim que entramos de mãos dadas no quarto. Talvez teria sido mais adequado ter pensando “Capeta!” ou mesmo “Cão Danado!”. Não, não digo isso devido à futura relação sexual que provavelmente iríamos ter, te digo isso por causa da aparência e da atmosfera daquele fétido local. Alice era o nome da escolhida, ou melhor, daquela que havia me escolhido. Admito, era uma festa meio louca, com gente louca, bebidas loucas, drogas loucas, como era nessa festa de costume. E não minto, meu amigo, gostava muito desse tipo de noite, apesar de fazer o estilo “certinho” (sim, sou daqueles que têm o péssimo hábito de fazer aspas com as mãos): camiseta pólo, calça lee, tenisinho da moda. Desde que meu parceiro que estuda engenharia me convidou para ir lá, nunca perdi nenhuma. Gostava de ser diferente: me diferenciava dos playboys da minha classe porque ia neste tipo de “rock” (gíria de nossa amiga capixaba para festa); era diferente dos undergrounds do local porque me comportava e me vestia de maneira distinta dos tipos de lá.

Então, resumindo, estava eu lá bem locão num canto qualquer, escuro como todos os outros, só curtindo um som amplificado na mente pelo THC e pelo álcool. Ela chegou, baixa, cabelos e olhos bem negros, pele pálida, camiseta, saia e coturno preto. Bem bonitinha até. E safada também: chegou com tudo, mal me disse um “oi” sensual no ouvido (encostando com a pontinha da língua bem no fundo dele) e já foi me grudando na boca e atolando no bumbum! E não é que eu seja dos mais bonitos, tu bem sabe, mas tem aqueles dias que a gente, por alguma razão, tem algo de especial. Talvez sejam os hormônios, período fértil ou algo do tipo. Pois é parceiro, te contei tudo isso só pra tu ter uma idéia de onde a tal guria veio e visualizar melhor o tal do aposento sinistro (além de me exibir um pouquinho, é claro).

Voltando então ao começo da conversa, o quarto dessa garota que eu tinha há duas horas atrás conhecido era, como já disse, fedido. Pra burro! Foi a primeira sensação que tive em relação ao local, enquanto nos deslocávamos pela sala, no escuro, em direção ao dormitório dela. Ligou a luz, vermelha, ainda entrelaçando a sua alva mão com grandes unhas negras à minha e disse: “Pode deitar, já volto, beibe!”. Enquanto ela ia ao banheiro, ou sei lá aonde, comecei a analisar tudo. Talvez estivesse um pouco alterado, mas foi isso que vi: paredes inicialmente brancas agora estavam completamente pichadas com caveiras, símbolos diversos, citações, aforismos, apologias a sexo e a bandas de rock pesado (não conhecia nenhuma, acho que só tinha ouvido falar na tal de Iron Maiden, a Dama de Ferro – não era rainha da Inglaterra?). A cama do meu "broto" era adornada por um edredom negro, com respingos vermelhos remetendo, provavelmente, a sangue. Não tinha travesseiro. Deitei ali, obedecendo a sua ordem.

Continuei a perscrutar o resto do quarto: no bidê ao lado só havia uma nota de dois reais, cigarros (roubei um), algumas fichinhas escolares, duas algemas e um grande e estranho consolo cheio de pontas (dildo ou vibrador, se preferir). Mais adiante, um velho berço de bebê, com mosquiteiro e móbile (meu brinquedo preferido de infância) em formato de morcegos. Dois quadros de Van Gogh adornavam a parede acima (é, talvez ela fosse normal...). Mais calmo, fui tirar meus tênis, talvez não gostasse deles em cima do seu edredom. No cabide, que se encontrava ao pé da cama, pendurados só casacos e bolsas de couro do mais puro negro. No chão, espalhadas lingeries, coturnos e botas, adivinhe, todos na cor preta. Já imaginava loucuras (gosto dessas coisas, couro, cinta-liga, salto) quando, do outro lado do quarto, meus olhos carcomidos pelas lentes de contato conseguiram vislumbrar aquele grande balcão (normalmente usado para acomodar uma tevê, um computador ou materiais de estudo) que comportava na verdade outras sinistras coisas: Diversos potes contendo partes humanas em formol. Uma mão, um pênis sacudo, um coração, um pâncreas (acho eu) e aquilo mais me chamou atenção: um pé numa sandália de salto alto com os dedos pintados nas cores do Brasil. Não pude reparar mais muita coisa. Ela voltou rápido, com um grande sorriso na boca, uma sensualidade no corpo, dois olhos ardentes e uma enorme faca na mão.

Sonatine



Cena do filme Sonatine de Takeshi Kitano, pra quem quiser conhecer um pouco sobre este ótimo diretor que irei abordar em minha futura monografia. Agradeço aos programas de download piratas por me proporcionar acesso a todos os filmes dele, já que na merda de nosso país não foi lançado quase nada comercialmente.

Esses publicitários...

Pena não ter uma máquina fotográfica para registrar.

Perto da rodoviária tem um outdoor com anúncio de motosserra da Stihl. Temos ali o logo da empresa, o preço (que baixou de 1000 e tantos para 700 e poucos), uma foto de motosserra e a bela mensagem de venda: "A ferramenta certa nas suas horas de lazer".

Jogos em Flash

Muito legal esse site de jogos em flash, principalmente os de lógica. E já digo, quem passar da fase 13 do Orbox é gênio!